terça-feira, 9 de junho de 2015

Tudo Muito Natural - Crítica de Sense8




Sense8 estreou na Netflix, e a série é a forma de dizer dos irmãos Wachowski: "Nós ainda estamos aqui. E com boas ideias". Depois de o seu último filme O Destino de Júpiter ter ido mal das pernas nas bilheterias, eles trazem uma obra que beira a perfeição. A série de 12 episódios é como se fosse um "filmão" de 12 horas. Não só pela continuidade nos episódios, e mais mesmo pela sensação que ela dar ao assisti-la.

A trama conta a história de oito pessoas, de oito nacionalidades diferentes, que acabam sendo ligadas uma nas outras. Eles são os Sensates. Compartilhando os sentimentos, habilidades, medos, prazeres e aprendendo a levar essa experiência para resolver questões de suas vidas pessoais. A cena em que eles cantam a mesma música é simplesmente fantástica e linda. E é essa harmonia entre os personagens que faz a levada da série ser tão bacana. Você começa do mesmo jeito deles, tendo as visões, do nada, como se fossem fantasmas, ou quando você passa na rua e cisma que viu uma pessoa mas na verdade foi só impressão. Mas do modo como eles vão descobrindo como funciona, e eles aprendem/aceitam é tão natural que para o telespectador, passa ser natural também. Como se aquilo fosse normal. E acaba aceitando como tudo funciona.



É claro que não poderia faltar a mega empresa por trás de tudo isso, caçando os personagens. Mas as tramas individuais são tão intensas, que isso acaba ficando de segundo plano. Tem trama que é na ação, tem romance, tem drama e tem até o casal de mocinhos.

Não se deixe levar pelos comentários como os que eu vi na internet por exemplo sobre os romances LGBT. Tem também. Mas é tratado de forma tão natural, como se fosse um relacionamento hetero. Nos relacionamentos que a série apresenta tem cumplicidade, amor, brigas e claro sexo. Como todo relacionamento normal. O grande barato da série é a grande mistura de povos, culturas, trejeitos dos personagens. Esse é o grande alicerce de Sense8. A sintonia dos personagens quando estão juntos, parecem até uma equipe de super-heróis trabalhando juntas ao mesmo tempo. 

A edição é algo impecável e digna de aplausos. Tem alguns diálogos que são que se passam ao mesmo tempo às vezes em até 3 países diferentes. O movimento de como um personagem, por exemplo, começa no México o outro termina no Seul. Em um "time" sensacional. Como se fossem uma pessoa só. Em uma sincronização perfeita e natural. Essas cenas são os pontos altos. Seja em grupo, seja individual.

Uma palavra para definir Sense8 seria natural. Como eles suportam a situação. Como eles aprendem com a situação. Como acontece a ligação entre eles. É sem rodeios e tão natural, que parece algo como aprender a sorrir, ou chorar. E por ser sem rodeios, quem assiste não fica a boiando na história. Você naturalmente compreende e segue a história.

Sense8 chega em uma época onde a palavra reboot está cada vez mais forte. Seja na TV ou no cinema. Chega ousada e inovadora. Mostrando que pode-se ter boas ideias, e ideias novas. Uma bola dentro dos Wachowski.

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