terça-feira, 12 de maio de 2015

O Que Se Ler Quando Precisa: Watchmen




Na coluna de hoje de O Que Se ler Quando Precisa temos um clássico dos quadrinhos mundial. O fantástico Watchmen de Alan Moore e Dave Gibson.

A revista é considerada por muitos como um marco em fazer histórias em quadrinhos. O modo realista, o linguajar, as referências em Watchmen, fazem da HQ algo único. A forma madura mais próxima da realidade que Alan Moore escreveu ajudou a tornar popular o formato Graphic Novel. 

Série é considerada percurssora de um novo público para os quadrinhos na década de 80, o público adulto. Até então quadrinhos eram vistos como coisas infantis. O público adulto daquela década ainda de deleitou com obras importantes até hoje também como A Queda de Murdock e Batman - Cavaleiro das Trevas ambas de Frank Miller e Maus de Art Spiegelman.

A ideia original de Moore era fazer a história com a linha de personagens da Charlton Comics, editora que a DC Comics tinha comprado no ano de 1985. O plano de Moore era usar esses personagens de uma linha que não era utilizada pela editora e remodelar. Então entrou o grupo Mighty Crusaders da MLJ Comics, e Moore queria usar-lo. Chegou fazer um roteiro onde o corpo do personagem The Shield seria encontrado em um porto. No pensamento de Moore
agia assim: o fator surpresa de quando você visse qual era a verdadeira realidade dos personagens. Com essa premissa em mãos, Moore montou um projeto que se chamava "Who Killed the Peacemaker". E mandou uma proposta para Dick Giordano editor da Dc Comics na época.






Giordano adorou a ideia, mais foi contra a usar os personagens da Charlton. Pelo motivo de que a DC iria perder seus personagens caros mortos ou inutilizados. E sugeriu a Moore a inventar seus próprios heróis. Moore no começo foi contra, mas Giordano o conseguiu mudar de ideia.

Então surgiu o desenhista Dave Gibsons que já tinha trabalhado com Moore em outros projetos e queria fazer parte disso também. No original Watchmen teria material somente para seis edições. Mas Moore e Gibbons foram colocando junto com assuntos com temas de espécie de retrato biográfico dos personagens principais. Gibbons teve total autonomia no visual de Watchmen, criando coisas que o próprio Moore admitiu perceber só mais tarde.

Sim é preciso saber da história da criação de Watchmen para poder se aprofundar em Watchmen.Não que seja uma obra de difícil compreensão. Não. Muito pelo  contrário. Watchmen é uma história de super-heróis.Só que esses heróis tem dramas pessoais. Tem seus próprios objetivos e desejos. Dando as devidas proporções, sim, eles poderiam existir. Watchmen tem no seu fundo elementos de filosofia, ética, moral, cultura popular, história e ciência. A moral é um dos temas mais martelados na série. A obra questiona o próprio conceito de super-herói. A intenção de Alan Moore era que o leitor entendesse a importância de cada personagem, e que o pensamento de cada um fosse entendido e também questionável. E a importância de cada um também fosse pesado. Por exemplo, temos uma figura tão poderosa como o Dr. Manhattan. O personagem era na verdade a verdadeira síntese de misseis americanos eternamente apontados para o mundo. No caso da série para a União Soviética. Era uma arma viva tão poderosa que trazia a paz com o medo.

As sub-tramas também são de imensa importância para a obra. Por exemplo os trechos do livro "Sob a Máscara" a autobiografia de Hollis Mason, o primeiro Coruja, nos trás a origem dos combatentes do crime. De como o mundo conheceu e reagiu aos primeiros super-heróis.E da criação dos Minutemen. Outra sub-trama é "Os Contos do Cargueiro Negro". Durante o desenrolar da trama aparece um menino lendo uma revista em quadrinhos com esse nome. O que leva a gente a pensar que, em um mundo onde os heróis são realidade, do que seriam as HQs? Moore deu a solução que Piratas seriam os personagens dos quadrinhos.

O termo Watchmen vem de uma frase em latim "Quis custodiet ipsos custodes", traduzido literalmente para o inglês: "Who watches the watchmen?" no português: "Quem vigia os vigilantes?" Na trama a Lei Keene está em vigor e ela determina que os "aventureiros fantasiados" deveriam ter registros no governo. Sendo assim, a maioria se aposenta. A história começa com o assassinato de Edward Blake, o Comediante, e Rorschach um herói que não aceita a lei, resolve investigar o crime. E o crime nada mais é do que uma ponta de uma grande conspiração.

Watchmen é leitura não recomendada, e sim OBRIGATÓRIA para os leitores não só de HQs, mas de uma boa literatura. Uma obra recheada de prêmios e elogios não pode ficar de fora do conhecimento de todos.

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